Existem diversos medos: medo de fracassar, medo de não ser aceito, medo do perigo, medo de ser assaltado, medo de bichos, medo de avião e tantos outros. O medo opera em diversos graus de intensidade, o mais alto deles chamo de pânico. O pânico, que é um delírio, se caracteriza pela total perda da nossa característica mor: a razão. Nos níveis de menor intensidade do medo também perdemos a capacidade de raciocinar, embora em menor grau.
Ter medo de barata é uma coisa. Ter nojo de barata por ser um inseto sujo que traz doenças é outra coisa. Muitas vezes associamos, inconscientemente, a barata aos nossos pensamentos mais baixos, e daí surge a “força” da barata que é capaz de nos paralisar. Não estamos enfrentando a barata, mas sim a nós mesmos.
O medo tem o poder de turvar a realidade. Quando paramos de pensar, agimos por impulso. O medo não é uma coisa natural. O instinto de preservação, sim, é natural. Através desse instinto podemos sentir o perigo, e evitá-lo. Isso é diferente de medo.
Outra coisa que precisamos estar atentos em relação ao medo é que o fato dele ser usado como forma de manipulação. Muitos são os que tentam nos controlar através do medo. Nem sempre as pessoas o fazem por mal.
Qual motociclista não foi “amedrontado” por sua mãe devido à periculosidade das motos?
Isso não faz das mães pessoas más, muito pelo contrário. Apenas estão usando a ferramenta errada.
Sempre você notar que alguém está usando o medo como forma de manipulação, fique atento e descubra o seu poder interno.
Assim como não devemos deixar o medo nos paralisar, tampouco devemos agir por medo. Deixar que o medo nos controle e defina as nossas ações é agir sem pensar. Não que agir sem pensar seja uma coisa ruim, quando algo se torna natural não pensamos naquilo. Quem pensa pra respirar? Ou quem, com prática, pensa ao dirigir um carro? São coisas naturais e deixamos nossos instintos atuarem. Isso é totalmente diferente de agir levado pelo medo.
O medo é um mal e precisa ser combatido.
Deveríamos enfrentar, ao menos, 2 medos por dia.
Não coisas gigantescas, necessariamente. Pequenos medos. Conversar com alguém que temos “medo”, andar em casa tarde da noite no escuro, coisas desse tipo.
Sempre claro zelando pela segurança. Só enfrente seu medo se não houver perigo real.
E um dia por mês fazer algo que nunca tenha feito. Aí sim, enfrente um grande medo. Viaje de avião, ande de teleférico, algo que seja grande para você. E sempre de forma segura.
No fundo temos medo de tudo aquilo que foge ao nosso controle. Somos seres controladores e quando essa doença é atacada ela grita alto e assume o controle. Extremamente paradoxal, não é? Queremos muito o controle, mas quando conseguimos delegamos o controle ao medo. Algo aí está errado.
Pare para pensar.
Se a coisa está dentro da nossa zona de conforto, não tememos.
Se acontece alguma situação que sabemos como agir, não tememos. Podemos até torcer para que ela não aconteça, porém não há medo.
Controle é a palavra-chave para entender o medo. Quanto menor a necessidade de controle, menor o medo e maior a liberdade.